sábado, 2 de abril de 2011

AVALON

AVALON

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Avalon é uma ilha sagrada. Antes, há muitas eras, pertencia ao mundo, mas hoje, está entre a Terra e o Reino Encantado, cercado pelas brumas que encobrem a ilha e a separa do mundo dos homens. É composta por sete ilhas: Inis Witrin, a Ilha de Vidro, onde fica o sagrado Tor; a Ilha de Briga; a ilha do deus alado, que fica perto da grande aldeia do povo do pântano; a ilha que defende o vale de Avalon; a ilha perto do lago onde fica outra aldeia do povo do pântano; a ilha onde vive o deus selvagem das colinas, chamado de Pã pelos romanos e a sétima ilha é uma montanha, Atalaia, que é o portão de entrada para Avalon. Para se chegar a Avalon era preciso saber o encantamento que abriria as névoas e chamaria a barca que o levaria pelo lago até à ilha. Somente os iniciados e alguns homens do povo do pântano (que conduziam as barcas) sabiam o caminho para Avalon.

 Quem ousasse transpor as brumas sem saber o encantamento ficaria perdido, para sempre, vagando entre os dois mundos.

 Antes mesmo da comunidade de sacerdotisas chegar à ilha já havia ali um povo antigo. E antes, outros viveram ali; eram um povo sábio que saiu das Terras Alagadas, Atlântida, a ilha que submergiu há milhares de anos no Oceano Atlântico, devido a um grande cataclisma. Instalaram-se em Avalon e a fizeram uma ilha sagrada, levando seus conhecimentos e transmitindo-os a seus descendentes. Construíram círculos de pedras que marcavam as linhas de poder da Terra, onde realizavam seus cultos. Um desses círculos fica no topo do Tor (o círculo de pedras foi destruído e hoje há no local uma igreja), a colina sagrada onde as sacerdotisas servem à sua Deusa e os druidas fazem seus rituais.

 Quando Avalon ainda pertencia ao mundo, a comunidade de lá convivia pacificamente com os cristãos, que ali chegaram pedindo abrigo. Foram acolhidos com a condição de que não interferissem nos cultos e nas tradições antigas. Diz-se que padre José de Arimatéia levou o cálice Graal contendo o sangue de Jesus para lá, na Britannia, na ilha de Avalon. Entretanto, com o passar do tempo, os padres começaram a ver os cultos pagãos como profanos, dizendo que em seus rituais o demônio era adorado, condenando-os. Muitas comunidades pagãs foram destruídas, e a partir de 391, com a consolidação do cristanismo como religião oficial do Império Romano, as perseguições tornaram-se maiores e os cultos pagãos foram totalmente proibidos. Apesar disso, hoje podemos notar que os cristãos incorporaram muitos elementos da cultura pagã, como pode ser visto na seção "Paganismo" desta homepage.

 A comunidade de Avalon adorava deuses, vivia em harmonia com a natureza, ao seu ritmo, seguindo as mudanças das estações do ano, os ciclos da lua com seus antigos rituais. Eram sábios: conheciam a magia, as ervas para curar, os segredos do céu e das estrelas, conhecimentos antigos, música....E passavam tudo isso aos mais jovens.

 

Hoje, o que ficou foram lendas que eram passadas de geração para geração. Cada vez mais Avalon tornou-se distante do mundo, envolta em suas brumas, invisível para os mortais humanos. Todavia, Avalon há de continuar existindo enquanto ainda houver pessoas que busquem o conhecimento, as tradições, a magia. Há de continuar a existir, sempre, nos corações daqueles que buscam um sentido para suas vidas, para aqueles que sabem que a alma é imortal e que um dia iremos todos voltar, pois a vida é um ciclo que nunca pára, está sempre a girar, é eterno. Assim como esse lugar sagrado a que chamamos de Avalon.

 

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OBS: Segundo os livros que li (A Senhora de Avalon e As Brumas de Avalon - ambos de Marion Zimmer Bradley), Avalon localiza-se ao sul da Britannia, que era uma província do Império Romano, hoje chamada Inglaterra. Muitos autores citam a atual cidade de Glastonbury (leia texto abaixo) como sendo a Ilha Sagrada. Avalon era conhecida também como o País do Verão. E é dentro desse ambiente fantástico que, por volta do século V, passa-se a história do lendário Rei Arthur, o tão esperado Rei que uniria toda a Britannia sob as duas religiões: a pagã e a cristã.

 

Para saber mais sobre o assunto e mergulhar nesse mundo maravilhoso, recomendo que leiam primeiro "A Senhora de Avalon" de Marion Zimmer Bradley, que conta como surgiu a primeira comunidade de sacerdotisas da ilha e como Avalon foi transposta para entre os mundos e envolta em suas névoas. Depois, leiam o fantástico "As Brumas de Avalon", da mesma autora, que são quatro volumes (no total, mais de 1000 páginas!!!) que contam como Arthur consagrou-se rei e como seu império caiu. Toda a história é contada sob a ótica das mulheres: Viviane, Suma Sacerdotisa de Avalon; Igraine, sua mãe; Guinevere, a rainha; Morgana, sua irmã... Com certeza você irá viajar pela mais fascinante das histórias!!!

 

Avalon (provavelmente do celta abal: maçã) é uma ilha lendária em algum lugar da Ilhas Britânicas, relacionada com diversas lendas sobre o Rei Arthur, Geoffrey de Monmouth, um dos autores das lendas de Artur, chama-a de Insulis Avallonis (Galês: YnysAvallach), que pode ser traduzida por Ilha das Maçãs, num claro simbolismo paradisíaco. A ilha é ainda associada às míticas Ilhas Afortunadas, mas que situa-se em águas ocidentais.

 

 

 

Histórias do Ciclo Arturiano

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O ciclo literário Arturiano é a parte mais conhecida da Matter of Britain ("Matéria da Bretanha"). Seu sucesso deveu-se em grande parte ao facto de que conta duas histórias entrelaçadas que intrigaram muitos autores posteriores. Uma diz respeito a Camelot, geralmente imaginada como uma utopia condenada de virtude cavalheiresca, desfeita pelas falhas fatais de Artur e Sir Lancelot.

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A outra diz respeito às buscas dos vários cavaleiros para obter o Santo Graal; alguns obtiveram êxito (Galahad, Percival), e outros falharam (Lancelot).

 

O conto medieval de Artur e seus cavaleiros está cheio de temas cristãos; estes temas envolvem a destruição dos planos humanos de virtude pelas falhas morais de seus personagens, e a busca de uma importante relíquia cristã. Finalmente, o relacionamento entre os personagens convidavam ao tratamento na tradição do amor cortês, tais como Lancelot e Guinevere ou Tristão e Isolda. Em anos mais recentes, a tendência tem sido vincular os contos do Rei Artur e seus cavaleiros com a mitologia céltica, geralmente em versões reconstruídas altamente romantizadas, do início do século XX.

 

 

 Avalon era uma ilha lendária encantada onde "Excalibur", a espada do Rei Artur tinha sido forjada e para onde o próprio rei tinha voltado vitorioso depois da sua última batalha para ser curado de um ferimento mortal.

 

Em algumas histórias, Avalon é regida por Morgana, uma feiticeira e curandeira rodeada de nove donzelas sacerdotisas, responsável pela cura de Artur deitado numa cama de ouro, em outras, em outras ela é sua meia irmã.

 

Em outras, o Rei Arthur, ferido em combate, é levado pela Dama do Lago, a uma Avalon mística do Além paralela a real, onde Artur permanece retirado do mundo e para sempre imortal.

Em algumas versões da lenda, ele não resiste à viagem e morre tendo sido enterrado então em Avalon, em outras, ele estaria só dormindo, esperando pra voltar num futuro próximo, pois, a ilha seria um refúgio de espíritos,o que permitira a ele permanecer vivo por artes mágicas.

 

Ynys Wydryn

Na ficção histórica As Crônicas de Artur de Bernard Cornwell, parte da trilogia sobre a saga arturiana, o autor dá um outro nome a Avalon, Ynys Wyndryn, porém ele mesmo também cita Ynys Mon em sua narrativa de ficção histórica, mascarando a verdade da ficção que mistura pesquisa histórica e lenda.

 

Ynys Wydryn (Ilha do vidro), ou Avalon, era em termos lendários o local onde vivia Merlin juntamente Nimue ou Viviane, que era grã-sacerdotisa, a tia de Arthur (que nunca chega a ser rei), onde era possível utilizar a magia, ou seja, o poder divino dos deuses Antigos.

Avalon, Ynys Wydryn ou Ynys Mon era um lugar de conhecimento sobre os deuses pagãos antigos onde os druidas passavam o conhecimento antigo de geração em geração, era o lugar onde se aprendia o conhecimento da religião antiga o druidismo, sendo Merlin o senhor de Avalon ou Ynys Wydryn, que construíra Tor, uma torre onde vivia e guardava todos os seus memoráveis e quem sabe mágicos tesouros.

 



A Senhora do Lago é designada como autoridade máxima da ilha, e Arthur era filho do rei Uther Pendragon, que no passado, era seguidor da crença da Deusa, como também a mãe de Arthur, Igraine. Arthur faz um pacto de reacender a crença da Senhora do Lago para que com o passar do tempo ela não se apagasse. No fim de tudo, Ynys Wydryn ganha um papel importante, pois quando Artur foi ferido mortalmente em batalha pelo seu próprio filho Mordred, ele teria sido supostamente levado de barco à ilha por sua meia irmã Morgana ao Lago, para onde através dos poderes que a Deusa havia lhe dado ela poderia retornar. No caminho, ela foi recusada por ter desprezado a Deusa e o único jeito de retornarem à Avalon foi Arthur devolver a Excalibur ao Lago, onde habitava a Deusa. Sua sepultura foi feita em Avalon, na terra de Merlin, Ynys Wydryn, juntamtente com o corpo de sua amada Guinevere.

 

História x Lendas

Quando, em 1191, os monges do mosteiro de Glastonbury encontraram a suposta sepultura do Rei Artur no cimo de um pequeno monte que dantes se encontrava circundado de água, disseram ser este o local da mítica e pagã Avalon. Na sepultura foram encontrados dois corpos, um de um homem de idade média anormalmente grande (supostamente Artur) e de uma mulher (supostamente Guinevere) e a inscrição no túmulo dizia: "Aqui jaz enterrado na Ilha de Avalon o conhecido Rei Artur".

 

O mosteiro de Glastonbury tinha a tradição de ter sido fundado por José de Arimateia, que alegadamente tinha trazido o Santo Graal para as Ilhas Britânicas e por isso era um lugar ligado à mística do Graal.

 

Ruinas

Em quase todas versões o reino da magia e da religião antiga, Avalon ou Ynys Wyndryn é localizada na região de Glanstonbury, Somerset. A não mitológica Avalon era um cidade ou uma ilha (em algumas opiniões) em que os segredos da religião dos antigos deuses era passado de druida para druida, já que os druidas não podiam escrever seu conhecimento, alguns chamam também esta cidade do conhecimento dos deuses pagãos antigos de Ynys Mon. Todavia importante ressaltar que Sendo que a Ynys Wydryn real, não é a mesma coisa que Avalon que se situava bem ao norte do antigo reino de Powys no século V.

 

Terra Dos Deuses

Avalon, esse reino perfeito de amor e beleza, continua sendo a busca constante de todo o ser humano que, apesar de todas as desilusões, ainda tem a esperança de fazer deste mundo uma lenda real, ou seja, um lugar melhor para se viver.

 

Antigos manuscritos irlandeses evocam alguns nomes para Avalon, são eles: Tir na Nog, o País da Juventude; Tir Innambeo, o País dos Viventes; Tir Tairngire, o País da Promessa; Tir Naill, o Outro Mundo; Mag Mar, a Grande Planície ou Mag Mell. Entre as populações de origem céltica, a maçã representa o conhecimento, a revelação e a magia. Existem vários relatos referentes às viagens célticas ao Além, Immram, as jornadas místicas, nas quais um herói é atraído por uma fada, que lhe entrega um ramo de maçã e o convida para ir para o Outro Mundo, como em A Viagem de Bran, Filho de Febal.

 

Num outro Immram, A Viagem de Maelduin, que trata da busca do herói pelos assassinos de seu pai, ele passa por uma ilha onde encontra uma macieira e dela corta um ramo com três maçãs. Estes frutos são capazes de saciar a sua fome e a de seus companheiros por quarenta dias sem ingestão de qualquer outro alimento. (Jean Markale, 1979:246) A Ilha das Maçãs também recebe o nome de Ilha Afortunada porque ali há todo tipo de vegetação natural. As colheitas são abundantes e os bosques estão cobertos de maçãs e uvas. Avalon era governada por Morgana e suas nove irmãs, que também possuíam o dom da imortalidade. Avalon está associada a Caer Siddi, o Outro Mundo ou Annwn, a Terra dos Mortos e da Eterna Juventude.

 



Existia em Caer Siddi uma fonte onde jorrava vinho doce e onde envelhecimento e doença eram desconhecidos. Entre os seus tesouros havia um caldeirão mágico, tema diretamente ligado à abundância existente na Ilha das Maçãs. (Ellis, 1992: 25; Geoffroy de Monmouth, Vita Merlini e Jean Markale, L'épopée Celtique en Bretagne).

 

Na mitologia céltica existem dois tipos de caldeirão: o caldeirão do renascimento e o caldeirão da abundância. Dagda, pai de todos os Deuses, possuía um caldeirão proveniente da cidade de Múrias. Ao provar dele, ninguém passava fome, (Ellis, 1992:77). Já Matholwch recebera o caldeirão do renascimento do Deus Bran e com ele era possível ressuscitar um morto, mas que perdia a capacidade de falar. (Mabinogion, 1988: 31).

 

Havia ainda um terceiro caldeirão entre os celtas, o caldeirão do sacrifício, no qual os maus monarcas eram jogados. É possível observar aqui, um sentido totalmente diferente dado à figura régia, que tem principalmente a tarefa de estabilizar a sociedade e que é descartada quando não cumpre bem suas funções. O monarca é mais um “moderador ou distribuidor de riquezas que um detentor de poderes civis e militares”. Representa um garantidor da abundância, sendo o rei que sobrecarrega os súditos de impostos, sacrificado, afogado numa tina de cerveja ou hidromel. (Le Roux e Guyonvarc'h, 1993:63)

 
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O tema do caldeirão, mais tarde, deu origem ao mito do Graal, inicialmente nas obras de Chrétien de Troyes. Com a sua cristianização em fins do século XII, o conteúdo do cálice passou a ser o sangue de Cristo na cruz. Sangue, o conhecimento, o alimento da alma.

 

A propósito da temporalidade do Outro Mundo, representada pela Insula Pomorum, é interessante observar que a passagem do tempo não é percebida pelos humanos que para lá vão, como pode ser visto nos relatos sobre Bran, Guingamor e Santo Amaro. (Le Goff, 93)

 

Por isso, as brumas obedecem apenas aos que servem ao princípio maior dos Deuses, o equilíbrio da unidade que está dentro de cada um de nós. A lenda se torna realidade, mas o medo, como sempre, é o grande desafio daqueles que estão na travessia deste portal mágico, para desvendar os segredos do Outro Mundo.

 

O templo é o nosso mundo interior, o altar é a ponte que nos liga as divindades e somente nós podemos escolher adentrar dentro dele. Apenas aqueles que compreenderem que a vida é infinita em suas possibilidades poderão abrir suas portas. Não se iluda com devaneios desnecessários, pois a vida é sábia e sempre nos coloca em caminhos que irão modificar não apenas a nossa existência, mas toda a realidade que nos cerca. Faça as escolhas do seu coração, alicerçadas no bom senso e na harmonia interior. Busque apenas aquilo que for melhor para si no momento presente. Avalon se apresenta nos corações daqueles que são sinceros e seguem o que lhes foi traçado pelos Deuses, mas como sempre, somos nós que tecemos o fio do nosso destino.

 

Nunca duvide daquilo que foi revelado. Tenham olhos abertos tanto à frente como atrás, pois os embusteiros geralmente moram dentro de nós. Honrem o seu código, trabalhem sempre juntos para o bem de todos para que, finalmente, possamos nos reunir aos nossos irmãos e anciões que, com humildade e saber, nos auxiliam nessa trajetória. A Roda do Ano é a Roda do Tempo, que gira eternamente. A Luz da Deusa está em toda parte e nos chama, a todo instante, para o seu sagrado labor. A espiritualidade está em tudo, cada qual com suas vivências e suas descobertas, trilhando caminhos que nos levam ao sagrado equilíbrio. Através da sensibilidade e da intuição começamos a discernir aquilo que é melhor e o que realmente faz a nossa alma feliz.

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Não se preocupem com fórmulas mágicas, porque a vida só vale a pena ser vivida com todos os desafios necessários para o nosso crescimento espiritual, mesmo que hoje você não entenda, pois o caminho não tem volta, quanto mais aprendemos, mais somos cobrados e esse é o grande teste da iniciação de cada um. Avalon é uma lenda que nos desperta para uma nova realidade ou uma nova percepção. É essencial nos religarmos à energia do amor e da sinceridade, sem competições desnecessárias. Lembrando que as mulheres viveram quase dois mil anos no casulo da ignorância e agora é hora de fazer valer a sua essência divina, nunca se esquecendo, é claro, que dentro da natureza tudo se completa e que os homens também são parte dela.

 

São as lendas e os mitos que tornam os nossos dias mais reais e cheios de magia. Sabemos que muitas lendas foram inventadas sobre o Rei Arthur, além do seu fim misterioso, assim como à respeito de Avalon existir ou não em uma outra dimensão.

Os fatos conhecidos são que o Rei Arthur viveu entre os séculos V e VI e liderou os bretões contra o avanço saxão no cerco da Colina de Badon. Alguns textos históricos sobre os anos de 400-550 d.C, com as datas aproximadas em que foram escritos, são

 

*De Excidio Britanniae (Da Destruição da Bretanha) de Gildas

*Historia Brittonum (Histórias dos Bretões)

*Annales de Cambriae (Anais de Gales)

 

O folclore regional é repleto de referências sobre civilizações perdidas, como o povo ancestral dos Reinos do Mar de Atlântida, supostamente os ancestrais da Terra Antiga. São marcos característicos de certos locais: o Zodíaco de Glastonbury e o Caminho Espiral de Tor. Assim como as ilhas submersas de Ys e Lyonesse ou as Ilhas Abençoadas de Avalon e Camelot.

 

Nesse ponto existe uma linha muito tênue, onde dois mundos tão distintos se encontram. O Graal está relacionado à Pedra Filosofal, à Fênix e ao Caldeirão. O símbolo da Grande Mãe, a taça, o receptáculo da Deusa.

 

Analisando por esse princípio, Avalon é, com certeza, o seu representante direto, sendo suas sacerdotisas, as guardiãs dos segredos do caldeirão ou os segredos da tríplice divina. Esse é um assunto bastante polêmico, mas de grande importância, pois sua essência está ligada diretamente à descendência do sangue real ou ao despertar da consciência.

Podemos dizer que é o reencontro da unidade cósmica dentro do nosso templo sagrado, a nossa “sancta sanctorum”, ou seja, a nossa alma transmutando para uma nova realidade espiritual. Que assim seja!

 

O Chamado

ilha sagrada de Avalon é linda e serena, mas somente para aqueles que preservam a sinceridade no coração. Além das brumas, a madrugada esmorece para dar lugar ao nascer do Sol, finalmente, a fonte sagrada da Deusa emerge através do tempo; invoco, com um suave canto, as ninfas da fonte e sinto seu frescor em minha face.

 

Avalon sempre existiu... Uma terra de amor e beleza, onde viver era simples como respirar. As pessoas corriam livres pelos campos e de nada se arrependiam, pois não haviam motivos para ser aquilo que não eram. Poucos ainda se lembram dos campos floridos e das flores que vibravam em outras tonalidades. Tudo era diferente. Muitos buscam novamente Avalon, mas este tempo não existe mais. A inocência era virtude e a verdade, qualidade.

 

As brumas se elevam e nos trazem recordações de um tempo que não existe. Nossos ritos eram sagrados, porque assim nos foi ensinado. Não haviam tradições nem contradições, só havia o amor. Simples como acordar e olhar o Sol, sereno como contemplar o brilho das estrelas e belo como reverenciar a face da Lua. A Lua, sim, ela era mais límpida, como os nossos corações. Muitos estão aqui hoje, mas poucos se lembram, apenas sentem saudades de lá. Avalon se foi apenas por ser bela, ninguém entende. Virtudes hoje são defeitos.

 

Onde está o caminho que nos leva de volta? Não sei, mas ainda está lá! Porém, somente para aqueles que ainda conservam a sinceridade no coração. O véu da maldade encobriu tudo e as ervas daninhas cercaram todo o caminho em volta. Por que o desespero? Você escolheu viver em um mundo que não era seu. Mas Avalon ainda está lá... Linda e serena.

Sinceridade é a verdade que não se esconde e nem se encobre. Você sabe porque já sentiu, mas mentiu e renegou suas origens, como muitos que escolheram o mundo das ilusões. Avalon se foi, triste por mais um filho que perdeu. Como se enganam os que não acreditam. Não é apenas uma lenda, é um fato!

 

Alguns já sabem e estão voltando. Dura realidade, o coração não entende, se ilude, ama, mas não vai realmente atrás daquilo que se quer. Tudo em nome do ter antes de ser. Mas a vida empurra e a alma finalmente se liberta. Voltei somente para avisar, mas não havia ninguém. Muito foi falado, poucos ouviram, alguns ainda entenderam, mas os verdadeiros filhos se foram. Não resta mais nada a fazer... Vou chamar a barca que me leva de volta, além das brumas, pois não consigo mais distinguir seus corações. Seus ritos são apenas de morte, não existe renovação, pois apenas seu ego se fortaleceu. A Deusa parte rumo ao submundo, acompanhando do seu Consorte.

 

Avalon está lá, eu sei, mas não para aqueles que buscam o conto de fadas. Ao acordar, todos irão sentir que algo se foi. Sim, eu digo a vocês, se foi a inocência de ser simples e natural. Aqui apenas ficou a nuvem pesada dos pensamentos maculados e das atitudes mal pensadas. Os bardos chegaram e não me resta dizer mais nada, levo apenas aqueles que entendem que a beleza é infinita. Fiquem no seu ambiente que não é real. Venha filha, aqui não é o seu lugar, transpasse as brumas. Esqueça este mundo que não lhe pertence, amanhã você não mais se lembrará. Avalon se foi para nunca mais voltar e apenas retornará se o canto novamente souber invocar! Assim falou Morgana...

 

As Deusas

Nas fontes de Mabinogion e nos poemas de Taliesin, podemos observar a busca pelas Deusas de Avalon e suas faces matriarcais, invocadas pelas sacerdotisas, servindo de introdução e direcionamento para os nossos estudos no caminho da Arte Antiga.

 

As mulheres normalmente eram trazidas de todas as ilhas britânicas, das terras célticas e até de lugares distantes como a Grécia para estudar em Avalon. Qualificadas na cura e nas artes mágicas da criação e da morte, são as mantenedoras dos mistérios da Deusa.

Podemos relacionar as Deusas, as quais possuem uma forte relação com a Ilha Sagrada de Avalon, que são: Dana, Brighid e Morrighan. Além das Deusas tidas como as guardiãs da Ilha das Maçãs: Blodeuwedd, Arianrhod, Rhiannon, Cerridwen, Cailleach e Branwen.



Dana - Deusa brilhante da Lua Cheia, da fertilidade e da vida. Dana ou Danu era a Deusa mãe da tribo conhecida como "Tuatha Dé Danann" (povos da Deusa Danu ou tribos de Dana). Alguns estudiosos acreditam que Danu e Ana sejam a mesma divindade. Os membros da tribo que permaneceram na Irlanda formaram os "Daoine Sídhe", que literalmente significa "povo das fadas". Habitantes do Sídhe ou colinas sagradas, povos do Outro Mundo ou Avalon, a ilha da eterna juventude, eram conhecidos também como "Os Que Sempre Vivem", pois guardavam o segredo da imortalidade.


Brighid - "Tá gairdín mín milis ag Bidín taobh thall den sliabh Fásann úllaí ip chrann an um bhaintear faoi dhá sa mblian Tá nd nd ródannaí meala ag na praia encaixe gach aird den sliabh 'S tá siúcra donn craitche ip um mblaiseann mo ghrá den bhia." "Bride tem um pomar, doces jardim do outro lado da montanha Maçãs crescem nas árvores e lá são colhidas duas vezes por ano As abelhas fazem mel e levam para todas as direção cardeaisAspergido açúcar sobre todas as estradas do meu amor."Deusa triplíce, Senhora da inspiração do awen sagrado e da fertilidade. Brighid é a Deusa da forja, do parto, da poesia e da cura, tem uma forte ligação com os poetas e os xamãs. Brighid também é a Deusa do fogo, a centelha da vida, e até os dias de hoje conserva-se o costume do fogo perpétuo mantidos em seu templo, em Kildare na Igreja do Oak, no leste da Irlanda, na província de Leinste. Nos mitos arturianos, a espada que simboliza Arthur, Excalibur, é forjada por mulheres em Avalon, a Ilha das Maçãs. Brigid também tinha um pomar mágico de maçãs, na qual as abelhas viajavam para obter o néctar abençoado, além de ser a guardiã dos poços da Grã-Bretanha e da Irlanda, conhecidos como a voz Soberana da Deusa. A Senhora do Lago é a face da Deusa da Soberania, a mãe de reis e heróis.


Morrighan - Deusa da guerra, Morrighan, em gaélico Mhór Ríoghain, a Grande Rainha, é a patrona dos campos de batalha. Deusa triplíce da fertilidade, da prosperidade e da magia. Os mitos nos diz que ela é um membro da Tuatha De Danann e pode ter sido consorte do Grande Dagda ou Lugh, ambos em momentos diferentes da face do Deus. Uma das mais conhecidas histórias do Morrighan foi sua associação com o herói CuChulainn, dos mitos irlandeses no ciclo Ulster, em "Táin Bó Regamna". Cuchulainn encontra Morrighan dirigindo uma novilha de seu território, sem conhecê-la, dirige-lhe vários insultos e, enigmaticamente diz: Eu guardo a sua morte. Em referência aos mitos arturianos, na batalha final em Camelan, rei Arthur é retirado dos campos de guerra por Morgan Le Fay, fazendo alusão a Deusa Morrighan, e é levado para Avalon e assim curar suas feridas.


"Nove poderes de nove flores,Nove poderes em mim combinados;Nove botões de plantas e árvores...Longos e brancos são meus dedos,Como a nona onda do mar." Blodeuwedd é a Deusa virgem galesa, reverenciada em Avalon como a Deusa dos novos começos, da independência e da capacidade de renovação. Sua história pode ser encontrada no trecho do Mabinogion chamado de Math, filho de Mathonwy. Conta que é feita de nove flores pelos grandes magos Math e Gwydion, para ser a noiva de Llew, o Deus Sol de Gales. Quando então, ela escolhe outro amante e que tenta assassinar seu marido, Liew, porém, se transforma em uma águia. Llew é encontrado e trazido de volta a sua forma original por Gwydion, que transforma Blodeuwedd em uma coruja como punição. Existem muito mais nessa história do que os olhos podem perceber. Procure observar além do que está escrito e saberá da verdade. O nome Blodeuwedd, significa "Rosto de Flor", que se refere a suas origens nas flores, assim como sua associação com a coruja, que no País de Gales ainda traz esse nome: Blodeuwedd.


Arianrhod - A Deusa Arianrhod, é uma das faces da Deusa Mãe em Avalon. Era a mãe de Llew, o Deus Sol de Gales e Dylan, o Deus do Mar. Seu nome literalmente significa "Roda Prateada" a roda do carma e sua morada, Caer Arianrhod, conhecida como a Via Láctea, a espiral da vida, pois a nossa galáxia ter a forma espiral. Retratada também no Mabinogion em Math, filho de Mathonwy, novamente devemos olhar além do que sua lenda nos conta. Quando é chamada à corte de Math por seu irmão Gwydion, é convocada a ser aquela que segurava o pé de Math. Para realizar essa tarefa, ela deveria provar sua virgindade, pois Math, exceto durante a guerra, poderia viver somente se mantivesse seus pés no ventre de uma virgem. Pede-se que ela pise na varinha de Gwydion para verificar se de fato era virgem. Quando pisa sobre a varinha, imediatamente da à luz seus dois filhos. Dylan rasteja-se e escapa para o mar, enquanto a outra criança é capturada por Gwydion. A furiosa Arianrhod jura a seu irmão que a criança em seus braços nunca terá um nome, nunca empunhará uma espada e nunca possuirá uma mulher da Terra e que essas coisas só poderiam ser dadas pela mãe da criança. Com o passar do tempo, através de mentiras, Gwydion consegue enganar Arianrhod, que dá um nome e uma arma a seu filho, mas apenas com a criação de Blodeuwedd, foi que o jovem Llew pôde ter uma esposa. Arianrhod é a representação da Mãe que é sempre virgem. Aquela que dá à luz e que não pertence a nenhum homem e de seu trono astral é quem coloca tarefas à nossa frente, enquanto a Roda da nossa vida continua a girar.

 Cerridwen "Eu obtive minha inspiração,Do caldeirão de Cerridwen." No Mabinogion em Math, filho de Mathonwy, Cerridwen, a porca branca, é reverenciada em Avalon como a Deusa Anciã. É a Deusa da transformação, cujo o caldeirão devemos adentrar para renascer. É a lavadeira do rio e a feiticeira, na face escura da Lua como Cailleach, e aqueles que não a entendem, geralmente a temem. O grande Bardo Taliesin recebeu seu dom, em um período de testes desse aspecto da Deusa. Certa vez, um jovem servo chamado Gwydion roubou três gotas de uma poção que Cerridwen estava preparando para seu filho Avagdu. Com essa poção, obtinha-se todo o conhecimento. Sabendo que seria punido, fugiu da furiosa Deusa. Uma perseguição fantástica, repleta de mudanças de forma, teve assim início a caçada mágica, até que finalmente Gwydion, na forma de um grão, se escondeu no chão na dispensa. Cerridwen transformou-se em uma galinha e comeu o grão consumindo por vez Gwydion . Nove meses depois, Taliesin o Bardo, emergiu de seu útero. Ela jogou-o no mar em Samhain, onde ele foi encontrado numa rede de pescar. O caldeirão é o Graal para curar todos os males, que reaviva os mortos e cura os enfermos, no Outro Mundo. Cerridwen vive ao lado de um lago, em Avalon, sendo a detentora do Caldeirão da morte e do renascimento.


Branwen "Ela foi uma das três Matriarcais da ilha, linda donzela no mundo Ela era!" A incrível Deusa Branwen, a personificação da soberana, é a Deusa Suprema de Avalon. Há um capítulo inteiro do Mabinogion que carrega seu nome, Branwen, a filha de Llyr. O Corvo Branco, a irmã de Bran, o Abençoado Bran. Tornou-se Rainha da Irlanda e posteriormente, foi extremamente maltratada por seu marido. Então, enviou estorninhos, uma espécie de pássaro que ela mesma treinou, para chamar seu irmão Bran, que era Rei da Ilha da Grã-Bretanha, para socorrê-la das crueldades do marido Matholwch. Matholwch, temendo a guerra, tentou conciliar-se com Bran, mas os irlandeses entraram em guerra assim mesmo e depois das batalhas, houve o aparecimento do Caldeirão da Abundância para restaurar a vida e a decapitação de seu irmão. Branwen retorna para a Bretanha, onde morre de tristeza por ver tanta morte e destruição em seu reino. Branwen é a Deusa da justiça e da compaixão.



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A Ilha Sagrada

Geoffrey de Monmouth, o autor da lenda de Artur, chama-lhe Insulis Avallonis, que traduz por Ilha das Maçãs, num claro simbolismo paradisíaco. A ilha é ainda associada às místicas ilhas Afortunatas, mas situada em águas ocidentais.

 

Avalon, a lendária ilha, onde Excalibur, a espada do Rei Arthur, foi forjada e para onde o próprio rei tinha voltado vitorioso depois da sua última batalha para ser curado de um ferimento mortal.

 

A ilha sagrada é regida por Morgana, sacerdotisa e curandeira rodeada por nove donzelas sacerdotisas, responsável pela cura de Artur. Sendo uma ilha onde se refugiam os espíritos, Artur permanece nela vivo por artes mágicas, esperando a hora do regresso.

 

Quando, em 1191, os monges de Glastonbury encontraram a suposta sepultura de Artur no cimo de um pequeno monte que dantes se encontrava circundado de água, disseram ser este o local da mítica e pagã ilha de Avalon. A inscrição no túmulo dizia:

 

"Aqui jaz, enterrado na Ilha de Avalon, o conhecido Rei Artur".

 

Em uma posição de poder e conhecimento, Morgana confere às mulheres uma importante retomada de sua posição forte no culto à Deusa. O mosteiro de Glastonbury tinha a tradição de ter sido fundado por José de Arimatéia, que contam teria trazido o Santo Graal para as Ilhas Britânicas e por isso era um lugar ligado à busca do Graal, entre outras lendas.

 

Onde esta?

A colina do Tor era a que poderia ser o acesso à mística Ilha de Avalon. Dizem que o mar chegava até esse local e era um lugar rodeado pelas águas e conhecido como Avalon, cujo nome de reminiscência artúrica significa Ilha das Maçãs e em algumas antigas culturas, essas frutas representavam a imortalidade. Nela, descansavam os mortos antes de voltar a reencarnar. Segundo a lenda, o rei Arthur, depois da batalha em Camelot, foi levado a Avalon de onde voltaria algum dia. Inclusive a bruma que costuma cobrir a região que os habitantes locais chamam de A Dama Branca, evoca a névoa da mística de Avalon.

 

Além do mais, esse lugar está localizado no condado de Somerset, nome que poderia aludir ao Reino de Verão, com o qual sonhavam Merlim e Arthur, como uma terra na qual as coisas poderiam ser diferentes para todos os homens e mulheres. Segundo as tradições galesas, Avalon, também chamada Ilha dos Benditos ou Ilha dos Afortunados, era um mundo feminino onde reina Morgana.

 

Este local enigmático, o Tor ou colina no idioma gaélico, com seus 176 metros de altura e com uma colina de pedras no seu topo possui grandes forças telúricas, iguais de Stonehenge e Avebury, com as quais forma um triângulo, símbolo do fogo, elemento de transmutação e renovação espiritual. Exatamente neste local houve a construção de duas igrejas, a primeira foi destruída por incêndios e da segunda existe apenas sua torre.

 

Glastonbury anteriormente era Ynnis-Witrin ou a Ilha de Avalon, e estes são os nomes mais conhecidos. Ynnis Witrin é conhecida como: a Ilha de Cristal, pois os celtas chamavam esta área de "Ynnisvitrin", a Ilha do Vaso, a Ilha Brilhante, com base na cor do rio e na velha palavra britânica. O nome Avalon é originário da época do rei Avallach ou Avalloc e das histórias do Graal.

 

Uma lenda que está muito além das brumas do tempo... Mas como alcançá-la? Para aqueles que estão centrados na fé, basta apenas olhar dentro de si e buscá-la nos seus mais nobres sentimentos. O Templo de Avalon é o corpo que guarda a alma ancestral, o caminho que nos leva direto a misteriosa Ilha das Maçãs, ou seja, o caminho da verdade infinita que está dentro de cada ser.

 

Para adentrarmos dentro da ilha sagrada de Avalon, basta respirar fundo, esvaziar a mente de todo e qualquer pré-julgamento, invocando a emoção e a razão dos nossos Antigos Deuses. E, diga apenas:

 

“Que as brumas novamente dêem passagem ao filho de Avalon, que retorna de sua longa jornada, ao plano de luz e beleza maior. Que assim seja!”

 

Aos poucos a sensação de bem-estar e amplitude aumentará e num determinado momento você estará lá. Aproveite este contato e siga até o ponto mais alto da ilha para ouvir o canto dos pássaros e o farfalhar das folhas das árvores, pois eles são os elementais de Avalon apresentando-lhe todos os segredos gravados na pedra.

 

Ao descer a colina em espiral, consulte o poço das águas sagradas e o fogo perpétuo da pira central do templo, pois são as bases dos princípios maiores da criação.

Saiba que tudo é possível e que cada minuto são horas de puro prazer e recordação... Busque as respostas, soluções e simplesmente acredite que elas já fazem parte da sua vida. Acesse esse portal toda vez que precisar de uma orientação.

 

A Deusa é amorosa, mas também implacável e, como o Deus, atua lado a lado daqueles que sabem que o melhor está sempre no caminho do eterno aprendiz. Resgate sua sabedoria divina e a força guerreira dos antigos celtas.

 

Viva intensamente este momento e percorra cada canto da ilha. A cada nova viagem você retornará revigorado e sua percepção estará cada vez mais aguçada. Avalon é simplesmente esta doce emoção, mas, apenas para aqueles que ainda acreditam na magia que está escondida dentro do seu coração. Abençoados sejam!

 

Rei Arthur





À Procura do Rei Arthur

O seu reinado marcou uma era de ouro da Bretanha, uma época de cavalheirismo na guerra e no amor. Durante séculos, escritores e artistas romantizaram a sua história, mas os cientistas e os investigadores de hoje sugerem uma realidade muito diferente dada à lenda.

 

Num castelo sombrio construído sobre um promontório rochoso que avança mar adentro, Igrayne aguarda o regresso do marido, Gorlois, duque da Cornualha. Não é ele porém, quem entra nessa noite no seu quarto, e sim Uther Pendragon, o rei da Bretanha - a quem o mágico Merlin deu a aparência de Gorlois, afim de satisfazer a paixão ilícita do rei por Igrayne e enredar o maior plano da vida de Merlin. É concebido um filho. Assim começa a história do lendário rei Arthur, história que inspirou numerosos escritores e artistas e durante séculos cativou a imaginação dos povos.

 

Merlin apodera-se do filho de Igrayne e entrega-o ao bom Sir Ector para que o eduque como seu filho... Só quando o rei morre e Arthur completa 16 anos, Merlin lhe revela a sua verdadeira paternidade, e mesmo assim somente depois do jovem conseguir arrancar uma espada fincada numa rocha.

 

Todos os que tinham tentado haviam falhado a prova que "só o verdadeiramente nascido rei de toda a Bretanha" passaria. Merlin lhe fala também a respeito do encantamento lançado sobre ele pela fadas de Avalon, a terra do mistério. Arthur será melhor de todos os cavaleiros e o maior de todos os reis e viverá "uma vida mais longa do que qualquer homem jamais conhecerá". Enquanto o povo se ajoelha para jurar fidelidade ao seu novo soberano, o arcebispo coloca-lhe a coroa na cabeça.

 

Uma Era de Cavalheirismo

Sob o benévolo domínio de Arthur, a Bretanha goza 12 anos de paz, época em que se assiste ao grande florescimento da cavalaria. Arthur chama ao seu castelo de Camelot. Os cavaleiros corajosos e fiéis de seu reino - Lancelot, Gawain, Percival e muitos outros - e senta-os ao redor de uma enorme mesa ou távola, redonda, tendo cada um dos seus nomes gravados a ouro na respectiva cadeira. Os que ali se sentam são ensinados por Merlin a evitar o crime, a crueldade e a maldade, a fugir da traição, da mentira e da desonestidade, a dar o perdão aos que o pedem e, acima de tudo, a respeitar e a proteger as mulheres. De Camelot, os cavaleiros partem a combater dragões, gigantes e anões astuciosos; os seus encontros com as "forças do mal" ocorrem habitualmente em castelos assombrados, florestas obscuras e jardins encantados. Orgulhos de seus feitos, regressam então ao castelo para contar na corte as suas histórias.

 


Arthur traz também para Camelot a linda Guinevere, para ser a sua rainha. Mas Lancelot é incapaz de resistir à sua paixão por Guinevere, e Mordred, sobrinho de Arthur e filho de Morgana Le Fay, denuncia os amantes e força Arthur a condenar a mulher a ser queimada em público. Lancelot salva a rainha e foge com ela para a França.

 

Antes de lançar o seu exército em perseguição aos dois, Arthur entrega seu reino a Mordred, que se aproveita da ausência do rei para executar um golpe de Estado. Ao regressar à Inglaterra, Arthur enfrenta Mordred numa batalha e atravessa-lhe o corpo com sua lança. Mas, antes de morrer, Mordred fere mortalmente o rei.

 

Os fiéis aliados de Arthur colocaram o rei moribundo num barco, que desliza, através de uma bruma branca até Avalon. "Consolai-vos", grita Arthur para os seus desolados cavaleiros na praia. "Ficai seguros de que voltarei quando a terra da Bretanha precisar de mim".

 

A Bretanha no Tempo de Arthur

Em princípios do século V, o imperador de Roma, Honório, já farto das revoltas da província da Bretanha, mandou retirar as legiões e quadros administrativos dessa província; essas legiões deviam ser comitenses, tropas móveis (uma vez que se sabe que as tropas junto à muralha de Adriano continuaram a cumprir o seu dever mesmo sem um império a quem servir). A chamada Muralha de Adriano localiza-se no norte da Grã-Bretanha, aproximadamente entre a Inglaterra e a Escócia. Não coincide, contudo, com a fronteira sul escocesa atual. Erguida com a função de prevenir as investidas militares das tribos que viviam na Escócia (os pictos e os Escotos - chamados de caledônios pelos romanos), assinalava o limite ocidental dos domínios do Império Romano, sob o reinado daquele imperador.

 

Supõe-se que Arthur reinou do final do século V ao princípio do século VI, dando-se aos anos de 537 ou 542 para a data da batalha final com Mordred. Mas qual era, na realidade, a situação política naquele reino insular? E quem o governava? Um século antes, os romanos tinham, pouco a pouco, abandonado a colônia bretã que dominavam desde a conquista por Júlio César, em 54 a. C. - incapazes de resistir às invasões dos bárbaros Jutos, Anglos e Saxões do continente europeu e à pressão de uma tribo do norte conhecida como Pictus.

 

Nos tempos conturbados que se seguiram, surgiram vários chefes guerreiros que enfrentavam os invasores e lutavam entre si. Não existe notícia de um reino unificado nem de um governante com poder mais do que local. O cristianismo só conseguiu firmar-se na Inglaterra depois da chegada de Santo Agostinho e dos seus 40 monges em 597. Para a Bretanha e grande parte da Europa, foi este o início da Idade das Trevas.

Acreditando-se no monge galês Nennius, um guerreiro de nome Arthur - "juntamente com os reis dos bretões" - chefiou a resistência aos invasores. Nennius, que escreveu a sua História dos Bretões por volta de 826, menciona 12 batalhas nas quais Arthur derrotou os bárbaros. Na última, ele, pessoalmente, matou 960 inimigos.

 

Uns 150 anos depois de Nennius, surge uma cronologia da história britânica, os Anais da Cumbria compilada por um autor galês anônimo. Relativamente ao ano de 537, ele menciona a "Batalha de Camelan, na qual tombaram Arthur e Medraut". Não é difícil ler Mordred em vez de Medraut. Mas foi preciso que passassem mais 150 anos para que Arthur voltasse a ser citado por um historiador - apenas uma referência empolgante, mas que aguça o interesse: em 1125, o monge William of Malmesbury mencionam o guerreiro Arthur, "sobre o qual os bretões falam entusiasmado com palavras vazias, mas que, na verdade, merecem ser objetos não de contos e sonhos fantasiosos, mas na verdadeira história; pois ele foi durante muito tempo o sustentáculo de sua pátria e incitou à luta o ânimo enfraquecido dos seus conterrâneos". Arthur torna-se um soberano pela mão de um contemporâneo de William.

 

Por volta de 1139, um diácono galês, o futuro bispo Godofredo de Monmouth, completou a sua monumental História dos Reis da Bretanha, um panorama completo dos chefes bretões desde os tempos dos romanos. Aos trabalhos dos historiadores anteriores, como Nennius, Godofredo acrescentou detalhes coloridos colhidos da tradição local, dos mitos celtas e escandinavos e até da história bíblica. Dois dos 12 livros de Godofredo são dedicados a Arthur, e neles aparecem pela primeira vez o mágico Merlin e as histórias do rapto de Guinevere e da traição de Mordred. Ornamentando os sóbrios registros históricos com acontecimentos imaginativos introduzindo personagens sobre os quais nada se sabia, Godofredo instituiu um padrão que foi seguido durante séculos - transformando assim um guerreiro do século V num rei herói.

    

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