O espadachim cego
Ele era um homem cego, que vivia no Japão feudal, viajando entre as cidades, ganhando sua vida com seus serviços de massagista, de apostas e da caridade alheia, já que naquela época, os cegos eram uma classe social muito baixa, acima apenas dos mendigos. Sua própria alcunha, Zatoichi, quer dizer “Ichi, o último cego”.
Mas na verdade, Zatoichi era um mestre espadachim, que usava de sua aparência frágil e débil como disfarce para melhor proteger os indefesos das cruéis gangues yakuza. Aparentemente fraco, mas na verdade o mais forte de todos.
Disciplina, sentido, determinação: é essa a sensação que este nome me traz. Não por causa de um filme que assisti, mas pelo espírito que ele incorpora. C. G. Jung chamaria este espírito de “arquétipo do herói”. O Herói está presente em todas as histórias de todas as culturas, da mitologia ou literatura recente, seja da Ásia, América ou Europa.
E em todas elas, seu espírito transcende seu corpo através do treino e da dificuldade que encontra em sua jornada. A espada representa o auto-controle, a compaixão e a vontade, adquiridas através de diligente disciplina. Os cegos, na cultura helênica antiga, eram considerados sábios, pois tinham olhos para um mundo que os que enxergam não têm acesso.
Uma recente teoria em Psicologia afirma que somos condicionados pelas relações verbais que criamos com nosso mundo. ( Andarilho)
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